terça-feira, 15 de outubro de 2013

Bom som

Seria vergonhoso, se esta gente tivesse vergonha

Cortam nas pensões de sobrevivência, cortam nos salários, aumentam a taxa para pagar a RTP (longe vai o ano de 2010, em que este mesmo PSD criticava o aumento desta taxa levado a cabo pelo anterior governo) e adoptam outras medidas contra as pessoas. Por outro lado, baixam os impostos para as empresas (incluindo as que lucram milhões e milhões por ano, sem qualquer contrapartida - como a contratação de novos trabalhadores, por exemplo). Se vergonha fosse algo que esta gente tivesse, ou soubesse sequer o que é, isto não aconteceria. Em Espanha, que também é governada por um partido da "direita", isto não sucede. O governo recusou os cortes salariais propostos pelo FMI, para bem da Economia espanhola. Lá não há esta gente miserável...

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Formação democrática



É o meu artigo de opinião desta semana para o Local, sobre o caso Rui Machete e as repercussões jurídicas das suas polémicas declarações ao Jornal de Angola.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Destruir e destruir

É a única coisa que o governo sabe fazer. Destruir tudo o que (ainda) funciona em Portugal. Quanto mais tempo eles lá estiverem, mais teremos de reconstruir e maiores serão as ruínas...

Pedro e o Lobo

Apesar de auferirem um salário bem acima da média nacional e de ainda terem regalias exclusivas, há anos que os maquinistas do Metropolitano de Lisboa fazem greve de tempos em tempos. Protestavam contra o corte de algumas dessas regalias (muitas delas injustificadas, diga-se) e um pouco contra tudo e contra nada. As pessoas fartaram-se das greves, com prejuízos e transtornos óbvios. Agora que não cortam regalias mas sim direitos fundamentais e toda a razão lhes assiste para fazerem todas as greves e mais alguma, as pessoas já não acreditam na bondade das greves. Hoje há uma e de hoje a uma semana irá haver outra. Para quê? Há anos que fazem greves e quase nunca conseguem o que pretendem e já se percebeu que, para este governo, não contam para nada, ao contrário dos grupos empresariais amigos. Apenas para dar mais dores de cabeça a quem tenta sobreviver no actual estado do País. Estas greves são, tal como as outras, inconsequentes e apenas ganham inimigos do lado de onde deveriam captar simpatizantes da sua causa. Querem chamar a atenção para o que estão a fazer (um pouco às escondidas, aliás) aos transportes públicos? Façam greve sem prazo, façam até o governo ceder, leva um dia, uma semana, um mês ou um ano. Aí, sim, causam mossa nas contas da empresa (e na carteira também, mas se querem manter a carteira com dinheiro, há que arriscar) e acordam o País e as pessoas para o problema. Até terem coragem para tal, não contarão com a minha simpatia para esta forma de luta. Isto, repito, de terem toda a razão e legitimidade.

domingo, 6 de outubro de 2013

Separação de poderes

Num Estado de Direito democrático, a separação de poderes é imperativa e real. Por isso, sobre as declarações de Rui Machete (que a esta hora já não deveria exercer o cargo de ministro), faço minhas as seguintes palavras do Miguel Abrantes:
 
"Escutadas palavra por palavra, as declarações de Rui Machete à Rádio Nacional de Angola ainda são mais demolidoras. Encontrando-se num outro país, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros decidiu discorrer, com inesperado desembaraço, sobre uma investigação a cargo do Ministério Público português, fornecendo elementos que deveriam estar em segredo de justiça. Não satisfeito por atropelar o princípio da separação de poderes, Machete ainda garantiu que o Governo tinha pedido explicações à procuradora-geral da República pela actuação do Ministério Público. E a cereja em cima do bolo foi o pedido de perdão por o Estado português estar a investigar cidadãos de outro país por actos praticados em território nacional.

As autoridades portuguesas demoraram todo o dia de ontem até haver reacções. A procuradora-geral da República acabou por difundir um
comunicado, no qual é desmentido tudo o que havia sido dito por Manchete. Obrigado a reagir, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros emitiu também um comunicado, no qual sustenta que apenas fez uma interpretação de uma nota do DCIAP. Pior a emenda que o soneto: é que a nota do DCIAP, contrariamente ao que disse Machete, esclarecia que havia processos em curso.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros envergonhou a justiça portuguesa — de resto, perante a sintomática passividade do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, cujo presidente, entalado entre a defesa da autonomia do Ministério Público e a frutuosa cooperação com a ministra da Justiça, se limitou a
uma inócua declaração de circunstância — que, dada a gravidade da situação, também deveria encher de vergonha os sócios do sindicato.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros envergonhou igualmente o país ao pedir desculpa às autoridades angolanas por a justiça portuguesa funcionar.

O enxovalho a que o país foi sujeito por Rui Machete não passa para Passos Coelho de “
uma expressão infeliz”. Por isso, incumbiu o pardo secretário-geral do PSD, um tal Matos Rosa que não é sequer membro do Governo, de anunciar que se trata de um “assunto acabado”. E não estando o Presidente da República disposto a acabar com este manicómio em que se transformou o seu governo, só nos resta esperar que nos caia do céu um brief do Lomba."

sábado, 5 de outubro de 2013

O dia que comemora a República que em tempos fomos

Hoje é o 5 de Outubro, outrora um feriado em que comemorávamos (e festejávamos) a instauração da República. O actual governo, descontente e ressabiado com o 25 de Abri, a Democracia e os princípios republicanos (em que a "res", a coisa, é pública, de todos), nestes dois anos e meio tratou de despachar quase tudo o que era de todos nós para alguns amigos próximos, com os lucros das empresas pública...s, que eram para benefício de todos nós, a irem directamente para os bolsos desses amigos. Tudo com uma desculpa: a crise. Pois bem, a crise é mais grave agora, depois desta transferência de lucros e interesses do povo para os amigos (uma esmagadora minoria). Muita gente passa fome para um pequeno grupo de predadores egoístas e gananciosos saciarem um pouco o seu apetite por dinheiro e mais dinheiro.

Entretanto, pensam que somos todos estúpidos, com declarações que atestam que vivem noutro mundo e que olham para nós como a plebe ignorante e parva. Ontem, um iliterado chamado Pedro, na casa da Democracia, teve o desplante de dizer que os cortes das pensões não eram retroactivos pois não estavam a pedir o dinheiro de volta aos idosos! Se a estupidez e a lata pagassem imposto, só com esta declaração do nosso Primeiro-mentiroso metade da dívida ficava paga!

Enquanto o Primeiro-mentiroso mente no Parlamento, também outros mentirosos insistem em tentar enganar-nos, com mentiras e mais mentiras. É a mentirosa das Finanças, o mentiroso dos Negócios Estrangeiros (e dos negócios com os amigos do regime angolano), os mentirosos dos assessores que omitem nos seus currículos a passagem pelo BPN, o Vice Primeiro-mentiroso que nos diz, com cara de pau, que as medidas anunciadas esta semana não são austeridade (e eu sou o Pai Natal), enfim, um grupo de mentirosos e saudosos do antigo regime.

Sim, saudosos. Tentam acabar com o Tribunal Constitucional, tentaram aprovar uma alteração profunda à Constituição, insistem em aprovar diplomas legais que violam os mais básicos princípios em qualquer Democracia do Mundo, como o princípio de igualdade. Isto para além de destruir a nossa independência, dando todo o poder e controlo dos sectores estratégicos a grupos empresariais amigos (e não há almoços grátis, como veremos quando saírem do governo e arranjarem tachos generosos nestas empresas, para além de um dos partidos do governo ter em tempos depositado dinheiro proveniente de financiamento ilegal na sua conta).

Ontem, a Renascença publicava um conjunto de gráficos que demonstram que este grupo de mentirosos e aldrabões prepara um alívio fiscal em 2015, ano de eleições legislativas, e um novo agravamento em 2016, tudo combinado com o troika dos interesses. Para quê? Para enganar os tolos que por aí andam...

Diz o ditado popular que à primeira todos caiem, à segunda cai quem quer e à terceira só os tolos é que caiem. A quem já votou em Passos Coelho ou no Paulo "a minha palavra de honra é irrevogável" Portas, deixo esta pergunta: depois de terem votados neles uma vez, será que vão votar uma segunda?

Verdade e ficção



Eis o meu mais recente artigo de opinião para o Local, sobre a relação entre Justiça e Comunicação Social.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

E eu sou o Pai Natal



"Em nenhuma circunstância estamos perante um pacote de austeridade", palavra de honra irrevogável do ex-Paulinho das feiras, dos contribuintes e dos idosos.
Claro que é austeridade, pura e dura, que aí vem, como aqui demonstrado.
Se a mentira e a lata pagassem impostos, estaríamos ricos.

Quando a loucura anda à solta

"Como avisei na altura devida, chegámos a uma situação insustentável", Cavaco, 10/6/2010 (com dívida 94%)

"São insustentáveis tanto a trajetória da dívida pública como as trajetórias da dívida externa." Cavaco, 9/3/2011 (com dívida 108,2%)

"As dificuldades que Portugal atravessa derivam do nível insustentável da dívida do Estado e da dívida do País para com o estrangeiro." Cavaco, 1/1/2013 (com dívida 124,1%)

"Surpreende-me que em Portugal existam analistas e até políticos que digam que a dívida pública não é sustentável. Só há uma palavra para definir esta atitude: ma-so-quismo." Cavaco, 30/10/2013 (com dívida prevista pelo Governo de 127,8%)"

Eis um excerto de mais uma brilhante recolha de análises por parte de Fernanda Câncio. A ler até ao fim, para percebermos as mentes loucas que nos desgovernam...

Quando o poder económico controla o jornalismo

 
Se isto não é o poder executivo a imiscuir-se no poder judicial, eu vou ali e já venho. Uma vergonha este governo, a todos os níveis. Até já usam a diplomacia para pressionar os tribunais, para favorecer os amigos...
 
Nota: curioso que o Diário de Notícias, que publica esta "peça jornalística" de defesa dos altos dirigentes angolanos, não a disponiblize online (nem para assinantes). Curioso, pois o DN foi adquirido recentemente por Isabel dos Santos. Mas é apenas uma curiosidade, claro...