sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Fanatismo e demagogia

Camilo Lourenço (que se pode ouvir na M80) é um ferrenho defensor da actual política governamental. Chega a ser mais papista que o Papa e ir mais além das ideias e medidas da Troika e do Governo. Já chegou, inclusive, a dizer que não há direitos adquiridos (na altura, enviei-lhe e-mail a questionar se, para ele, os direitos à vida e à liberdade de expressão, entre outros, não eram garantidos, não me tendo respondido). Tem toda a liberdade de opinião e de pensamento. Mas quando começa a falar do que não sabe e a dizer disparates, para justificar o injustificável e fundamentar o seu fanatismo ideológico, entramos no terreno da manipulação e da demagogia. E, neste caso, demagogia reles. Comparar o Tribunal Constitucional e a Constituição Portuguesa com a Constituição norte-americana (hoje disse que em mais de 200 anos a Constituição dos EUA apenas teve 10 alterações, não chegando a entender bem o ponto de vista dele) é fazer tábua rásua da completa diferença entre o sistema jurídico europeu e português e o sistema do Common Law, vigente nos países anglo-saxónicos. Os estudantes do primeiro ano do curso de Direito aprendem isto na cadeira de Direito Constitucional, quando estudam os vários sistemas constitucionais do Mundo. Mas quem não tenha formação em Direito pode acreditar - e certamente que acredita - nestes disparates de um qualquer radical fanático de meia tigela que tenha uns minutinhos de tempo de antena numa qualquer rádio (já agora, a ERC não questiona porque é que a M80 não dá espaço de opinião a outras pessoas e, sobretudo, a outros pontos de vista, e os locutores fazem o papel de idiotas úteis, dizendo 'amen' a tudo o que Camilo Lourenço cospe cá para fora?) fica com a sensação de que os juizes do Tribunal Constitucional são os culpados da crise e da política governativa. Nada poderia ser mais errado. A teoria é simples: a culpa é dos outros e dos sacanas dos juizes do TC, que não deixam os pobres coitados dos meninos do governo brincarem às experiências sociais e económicas como bem queriam, à margem da Lei e da Constituição, como nos tempos da ditadura ou do Farwest. Esta gente é louca e tem de ser corrida do poder. Para bem do país. Para bem dos portugueses.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Corrupção e hipocrisia

Já aqui muito escrevi sobre a máfia que controla o futebol português e sobre os meandros da corrupção no desporto nacional, envolvendo arbitragens, manipulação de resultados e doping. Este fim-de-semana tivemos mais do mesmo. Sim, o Sporting foi prejudicado. Ficou uma grande penalidade por assinalar (mão claríssima do defesa do Rio Ave). Mas também foi ajudado contra o Benfica (o golo é precedido de offside e ficou uma grande penalidade sobre Cardozo claríssima por assinalar). Sim, o Porto foi prejudicado. O primeiro golo do Estoril surge de uma grande penalidade que era falta fora da área. Mas o Porto também já foi ajudado em dois jogos esta época. Ah e o Benfica, apesar de ter ganho, viu o árbitro roubar um golo (assinalou, mal um offside ao Enzo Pérez que ia isolado para a baliza) e uma grande penalidade claríssima (sobre Lima, ainda com 0-0). Mas a hipocrisia começa quando Paulo Fonseca fala em arbitragens. Estamos a falar da mesma pessoa que treinava o Paços de Ferreira na época passada. Sim. Recordam-se do último jogo do campeonato, quando o Porto foi a Paços? Aí, Paulo Fonseca não viu o que ontem viu. Como escreve o Benfica em comunicado, devia ter mudade de oftalmologista nos últimos três meses. Quando à comunicação social, nada a acrescentar o que há muito venho dizendo. Chamar jornalistas a moços de recados é denegrir os verdadeiros jornalistas. Já há poucos em Portugal, é certo, mas ainda há e não merecem ser comparados a estes lacaios do sistema, que limitam-se a escrever o que os donos lhes mandam escrever. Finalmente, uma palavra para a decisão da PSP em denunciar Jorge Jesus. Quando a PSP, enquanto órgão de polícia criminal, se cala e nada faz perante inúmeros atropelos à Lei por parte de uma certa claque de futebol (e poderia dar aqui vários exemplos concretos), perde toda a legitimidade e a moral que possa ter nesta situação. Quando toma decisões diferentes, para casos iguais, fica sempre a suspeita no ar. E quem leu, viu e ouviu o que todos pudemos ler, ver e ouvir sobre o Apito Dourado, também agora ficam várias questões no ar. Triste o nosso futebol...

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Candidaturas independentes e partidárias

Eis o meu artigo de opinião desta semana para o Local.

Bruto Alves

aqui escrevi que Bruno Alves deveria ser expulso do futebol. Ele e Pepe. Ontem, frente ao Brasil, voltou a mostrar toda a sua meiguice pelos colegas de profissão. No jargão futebolístico, é um sarrafeiro. Já esta época, na supertaça turca, viu dois amarelos (e foi expulso) em dois minutos. Ontem, agrediu Neymar, sem bola. Se isto fosse na rua e não num estádio, Bruno Alves tinha cometido um crime de ofensa à integridade física. Mas continua impune há vários anos, como este vídeo mostra. Para quem gosta de futebol, custa ver este animal destruir a arte e estragar o jogo.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Dois coelhos com uma cajada só

Cada vez me convenço mais que esta política governamental não provém de incompetência, mas da intenção de revolucionar o País. Para pior, entenda-se. Um bando de fanáticos, com formação pobre e radical, que viu-se no poder, graças à mediocridade da generalidade dos nossos políticos. Um governo (e uma classe política) à imagem do país e do seu povo. Uma das áreas de destruição é a Educação, onde dinheiros públicos são oferecidos a amigos (do privado, claro), prejudicando quem não tem dinheiro, ao mesmo tempo que favorece quem já o tem, promovendo um aumento das desigualdades entre ricos e pobres. Em qualquer Democracia, o objectivo é reduzir diferenças. Para estes rapazolas de terceira categoria, bom é aumentar. Esta política não poderia ser mais injusta, como aqui explicado (via José Simões). Mas é isto que eles querem. E matam dois coelhos com uma só cajadada: ajudam os amigos (recordam-se da campanha que eles fizeram contra o anterior governo, com manif's, etc?) e destróiem a escola pública.
Continuem a acreditar e a votar neles, depois não venham é chorar...

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Supressão de direitos


Eis o meu último artigo de opinião para o Local, sobre a limitação de mandatos autárquicos.