sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Tentação

O país está à beira do abismo (e para lá caminhamos a curtíssimo prazo) e a tentação é fugir para um sítio melhor e para longe desta gente que nos está a atirar para o desastre total, por loucura e incompetência. Ficar é um acto de coragem.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Notícias de Palermo

Já foi em Canal Caveira, durante um Cozido, já foi no "Calor da noite", entre fruta e chocolatinhos, já foi numa marisqueira de Matosinhos, entre gambas e sapateiras, e parece que agora é "em qualquer esquina" que se decidem os campeonatos. A crise leva sempre a uma contenção de custos...

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Pela porta do cavalo

Uma das notícias do dia foi que o governo tinha pago o subsídio de férias a 1500 assessores (boys, portanto), enquanto cortou a centenas de milhares de funcionários públicos. O mentiroso do Coelhinho veio logo desmentir, com conversa fiada de que o subsídio se tinha vencido a 1 de Janeiro, pelo que foi cortado. Mas a verdade é que os sucessivos despachos de nomeações de boys não falam em "subsídios" mas em "abonos", uma forma de, pela porta do cavalo, dar os subsídios de férias e de Natal aos boys. Não vale a pena o spinning de quem recebeu subsídio, perdão... abono, pois os factos falam por si. Afinal de contas, compreende-se, foram 7 anos sem acesso ao pote. O desespero era grande e a fome muita...

Todo um programa, toda uma ideologia

Não sei o que será mais demonstrativo da sua ideologia, se a inversão de valores declarada no texto, se o total desrespeito pela Ordem dos Advogados e pela Amnistia Internacional revelada no título do texto. Marcelo Caetano ficaria encantado com as qualidades desta personagem...

Matar não é ser a favor da vida

Concordo. O fanatismo, neste caso religioso, mata mesmo. Como pode alguém deixam uma pessoa morrer e, ao mesmo tempo, alegar que é a favor da vida?

Violência (2)

Ficam aqui dois textos cuja leitura recomendo, um do Valupi e outro do Domingos Farinho. E fica também uma pergunta, pois a comunicação social "esqueceu-se" deles e nada sabemos sobre o que lhes aconteceu: os detidos que não foram presentes a tribunal foram soltos? A PSP pediu-lhes desculpa pelo erro? Pediram-lhes desculpa pelas bastonadas, quando estavam inocentes? Seria bom saber o que aconteceu a eles e aos agentes que violaram a lei e praticaram crimes...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Violência

Não há violência legítima e violência ilegítima. Não há violência de primeira, nem violência de segunda. Violência é violência e toda ela tem de ser evitada, combatida e punida. Venha de onde vier, venha de um grupo de manifestantes, venha de um grupo de agentes da autoridade. O Código Penal aplica-se a todos e o crime verifica-se independemente de quem seja o seu autor.
Posto isto, não me resta mais nada senão condenar os desordeiros que provocaram a polícia, a polícia que reagiu desmesuradamente e agrediu inocentes, as chefias da PSP (incluindo a tutela ministerial) e o Ministério Público* que apenas leva os primeiros a julgamento e "esquece-se" de fazer o mesmo com os agentes. Todos eles são culpados. Para além, claro, dos governantes e do alegado presidente, que levaram e levam as pessoas ao desespero e o país à desgraça. Neste crime ninguém é inocente.
 
* A Lei proibe os agentes provocadores e os Tribunais são unânimes em condená-los; todos os detidos têm direito a falar com um advogado; agredir uma pessoa com uma criança ao colo é ofensa à integridade física grave; eis três exemplos para o MP abrir inquérito criminal contra os agentes da PSP envolvidos.
 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Duas notas

A pimeira ainda sobre as polémicas declarações de Isabel Jonet. Dois textos, um de Bernardo Pires de Lima e outro, em jeito de resposta, de Pedro Marques Lopes. No fundo, é isto que está em causa e a ideologia por detrás das sucessivas declarações da presidente do Banco Alimentar, do governo e de quem defende a política da 'austeridade'.
 
A segunda nota vai para mais uma prova de como não podemos confiar na comunicação social e acreditar em boa parte do que 'noticiam'. E, no caso particular, o Público merece o destino que já lhe traçaram...

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Notícias de Palermo

Na Roménia, dirigentes e antigos jogadores foram severamente condenados, em sede de recurso. É verdade que podem vir a ser absolvidos, no Supremo, mas, para já, houve um tribunal que os considerou culpados. Os casos foram investigados, ao contrário de Portugal, onde, por cumplicidade ou mera conveniência, nem sequer se investiga. Apesar da crise e de o calor da noite ter fechado portas, continua a haver distribuição de fruta e chocolatinhos. Houve um ajustamento do negócio, mas o essencial permanece intacto. Esta é também uma das razões porque o nosso país vai definhando...

A prova do crime

Depois de ter falhado em todas as previsões e na execução orçamental, quer de 2011 quer de 2012, o inevitável irá suceder mesmo: o falhanço de 2013. Perante o descalabro, a primeira-ministra portuguesa diz que somos "bons alunos" e dá-nos nota 'excelente'. Ora, se um aluno tem nota negativa nos testes e não sabe a matéria, chumba. Pelo menos no meu tempo era assim. Bom aluno era aquele que sabia e tinha boas notas. Por isso, das duas uma: ou a nossa primeira-ministra anda a fumar cenas maradas ou então esta política está a levar aos resultados pretendidos: empobrecimento geral e enriquecimento de alguns. Alguém ainda tem dúvidas do que nos estão a fazer?

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Como destruir um dos pilares da Democracia

"O presente orçamento (da Ordem dos Advogados para 2013) é apresentado num quadro de grande instabilidade no mundo da justiça, motivada pela intenção do actual governo em privatizar os seus segmentos mais relevantes. Para conseguir esse objectivo o governo tem criado tantas e tamanhas dificuldades no acesso aos tribunais para obrigar os cidadãos e as empresas a optarem por recorrer aos chamados meios alternativos, nomeadamente, às formas privadas de «realizar» a justiça.

No fundo o governo, através do ministério da justiça, está profundamente empenhado em criar em torno da justiça soberana as condições adequadas à proliferação de negócios privados altamente lucrativos, como outrora, outros fizeram em torno da saúde, do ensino e em geral das funções mais relevantes do estado de direito democrático. É neste contexto que deve ser interpretada a obrigatoriedade de recurso aos tribunais arbitrais instituída por este governo. Ou seja, o actual governo chega ao ponto de impedir que os cidadãos e as empresas, em certos litígios, recorram à justiça dos tribunais do estado, obrigando-os a procurarem os tribunais arbitrais onde a função dos juízes é desempenhada por advogados ao serviço dos interesses das partes que os nomearam e lhes pagam. Não é difícil de intuir que uma tal justiça é quase sempre favorável às partes com mais dinheiro."
 
 
(excerto do e-mail enviado pelo Bastonário da OA)

sábado, 10 de novembro de 2012

O Bem maior

Ainda andava na escola (no 10º ou 11º ano) quando a minha turma fez uma 'visita de estudo' ao Banco Alimentar (BA). Salvo erro, era para a disciplina de Introdução à Economia. Lá fomos nós de comboio até Alcântara-terra, passando por uma zona, bem perto da linha, repleta de toxicodependentes a injectarem-se ou a snifarem coca. A imagem, para adolescentes de 15 e 16 anos, era chocante. Chegados ao BA, fomos bem recebidos e foi-nos explicado como funcionava o Banco. Mostraram-nos o quadro com a lista das instituições por onde distribuíam os alimentos, o registo das necessidades (quantidades e tipos de alimentos pedidos) e o Banco propriamente dito, com as inúmeras prateleiras com alimentos. Depois, fomos colaborar, juntando alimentos, distribuindo-os por sacos, que posteriormente seriam entregues nas instituições. Fiquei admirado pelo conceito e feliz pelo voluntarismo das pessoas que ali 'trabalhavam'. De tal forna que, passados cerca de dois anos, liguei-lhes e fui lá uma tarde prestar voluntariado. Receber alimentos, distribui-los pelas prateleiras, ou guardá-los em sacos, conforme os pedidos. Nunca mais lá fui prestar voluntariado, mas, juntamente com a minha família, sempre doei alimentos nas campanhas de recolha (essencialmente junto aos hipermercados) que o BA tem feito. Como escrevi em cima, admiro a ideia de um banco que recolhe e redistribui alimentos pelos mais carenciados e o conceito deve ser mantido e protegido enquanto existir fome. E é aqui que entra a questão das declarações recentes da presidente do BA, Isabel Jonet...
 
Antes de mais, as declarações são manifestamente infelizes, pois entendo que tratou a pobreza e a miséria com ligeireza, o que é grave para alguém que conhece (ou deveria conhecer) melhor do que a esmagadora maioria de nós o que significa passar fome. Em segundo lugar, estas declarações seguem-se a outras, também infelizes. Ou seja, não foi um lapso, do momento, daquela frase em particular. Foi, isso sim, a demonstração de um pensamento, de uma maneira de ver o Mundo. Podemos aceitar, respeitar, concordar ou discordar, mas Isabel Jonet revelou, com as recentes declarações, uma maneira característica de olhar para o pobreza e para os mais carenciados. É verdade que se nota uma dicotomia entre gente de esquerda e de direita. Os primeiros são contra este pensamento e os de direita são a favor, pois o raciocínio é igual ao deles: existem classes de pessoas, estatutos, e não somos todos iguais. nem todos temos direito ao ensino, à saúde, à formação superior, aos cargos de topo e de chefia e, como alguém disse no Parlamento, filho de operário, para esta gente, deve ser também operário, não merecendo as mesmas oportunidades que os outros. E eu não concordo, nem posso concordar, com esta linha de pensamento. Todos somos iguais, nascemos iguais e com os mesmos direitos, ao abrigo quer da Lei quer da Convenção Internacional dos Direitos do Homem. Sim, trata-se de um direito humano, o princípio da igualdade. Algo que esta gente não aceita. É, pois, disto que se trata a revolta em torno das tais declarações. Já pensei se o boicote ao BA será a melhor solução, tendo em vista a demissão da Tia Jonet. No Facebook até o defendi quase de imediato. Existem outras instituições (Cáritas, por exemplo) que também recolhem e distribuem alimentos pelos mais carenciados. Ainda há duas semanas, a Abraço esteve junto de algumas lojas de uma conhecida rede de supermercados a recolher alimentos. Quase todas - se não todas - as paróquias recolhem e distribuem alimentos. Mesmo para quem não é católico, é sempre uma solução viável. O problema é que nenhuma delas apresenta o mesmo grau de organização e 'profissionalismo' do BA. Não chegam onde o BA chega. As dimensões delas não são comparáveis com a dimensão nacional que o BA atingiu. Muita gente critica um possível boicote com o argumento, válido e consistente, de que estaremos a prejudicar quem mais precisa. É verdade. Mas não é menos verdade que, ao defendermos este pensamento - que está a ser colocado em prática a todo o vapor pelo actual governo, estaremos, a médio e longo prazo, a colaborar com o aumento da pobreza, da miséria e do número de carenciados. Antes de ajudar quem precisa, prefiro ajudar a reduzir o número de carenciados e não é com esta política e com esta forma de pensar e ver o Mundo que o conseguiremos.
 
Trata-se de um assunto polémico e delicado, mas considero que deveremos debater a pobreza com seriedade e serenidade. Porque, a continuar assim, todos nós poderemos ficar a conhecê-la em breve, incluindo aqueles que se acham naturalmente melhores...

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Monopólio

Enquanto milhares, adultos e crianças, passam fome, esta gente brinca com o nosso dinheiro na bolsa, como quem joga Monopólio com os amigos. A prisão aguarda por eles.

domingo, 4 de novembro de 2012

Se os banksters aguentam a alternativa? Ai aguentam, aguentam!

Leiam e reflictam. Existe, sim, alternativa. Não acreditem no que dizem aqueles que estão a encher os bolsos à nossa custa.

sábado, 3 de novembro de 2012

Notícias da criminalidade

1. Primeiro, era necessário suspender a democracia por seis meses, para se por isto na ordem, agora é preciso mudar mesmo de regime (para além de seis meses, presume-se) para corrigir os erros. É pena esta senhora já não ter idade para aceitar o convite do secretário de estado da juventudade para emigrar. Ficaríamos todos a respirar melhor.
 
2. Primeiro, o acordo com a troika era de 3 anos. Este governo, perante o falhanço do acordo e da política seguida, renegociou a "ajuda" da troika e o programa de "ajustamento" passava a ser por 4 anos. Agora, que já decorreu ano e meio, vem esta senhora dizer que são necessários mais 5 anos. O problema é que, assim, nem 5 nem 10 nem 50. Só quando morrermos é que isto fica resolvido. Aí, a crise termina!
 
3. Não há crise! As escolas fecham mas os gregos continuam vivos. Por isso, o Ulrich do BPI solta um "ai" e garante que os gregos "aguentam sim" mais disto.
 
Conclusão: só apetece fugir. Mas vou ficar só para ver esta gente ir presa pelos crimes que estão a praticar.