terça-feira, 11 de setembro de 2012

Momentos

Na vida, há momentos que mudam tudo, que mudam o nosso rumo.
Aquando do episódio das ameaças de Relvas à jornalista do Público, escrevi aqui e disse a amigos que iria mudar o tratamento dado pelos jornalistas ao governo. Passados dias, trataram de investigar a pseudo-licenciatura e Relvas foi alvo de um ataque generalizado à sua credibilidade. E merecido, acrescento. O governo deixou de ser tratado com paninhos quentes pela comunicação social.
No passado fim-de-semana, após o triste episódio do anúncio do roubo e da insistência no erro, seguido de um patético texto no Facebook e da ida a um concerto, onde se divertiu (como se o momento e o estado da nação desse para se divertir), seguiu-se nos últimos dias um festival de declarações, inclusive de muita gente ligada ou pertencente aos partidos do governo, a criticar e a desmentir o anúncio do roubo de sexta-feira. Políticos, comentadores, empresários, economistas, toda a gente se tem mostrado contra e nasceu uma indignação no País. Os poucos que ainda acreditavam ou, pelo menos, ainda concediam o benefício da dúvida a este governo, perceberam que foram enganados e estão a ser roubados, em benefício de outros, sem melhorar a situação do País e da economia. E o CDS já deu a entender que está prestes a bater com a porta.
Este foi o momento em que o governo deixou de o ser e deixou de ter o apoio da maioria dos portugueses. A sua base de apoio reduziu-se aos mínimos, aos crespos aqui do burgo, e é uma questão de tempo (é só virem algumas sondagens e os primeiros números da execução orçamental de 2013) para o pobre reformado sr. Silva de Belém, para, como de costume, se defender da turba e escapar à revolta, dissolvendo o parlamento e convocando eleições. O pior é que o mal estará feito e quem o fez irá ser premiado com magníficos tachos, auferindo largos milhares pela sua competência e mérito.

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