domingo, 31 de julho de 2011

Balança inclinada (2)

Ainda sobre a alteração à lei laboral, de constitucionalidade duvidosa (voltarei a este ponto em breve, quando tiver tempo para o desenvolver), vale a pena ler este texto de Nuno Santos Silva, que descobri via CC. Mais um exemplo, portanto, de como se tira aos pobres para dar aos ricos...

Em directo da Bela Vista

sábado, 30 de julho de 2011

Balança inclinada - ou Tirar aos pobres para dar aos ricos (5)

Quem estudou Direito sabe que o princípio base do Direito Laboral é o equilíbrio entre Empregador e Trabalhador (decorrente do princípio geral do Direito da igualdade de armas). E sendo o primeiro, por natureza, a parte mais forte, a legislação sempre tendeu para beneficiar ligeiramente o segundo, de forma a garantir o tal equilíbrio. Ora, os mais liberais defendem que este princípio não faz sentido e que Empregador e Trabalhador devem ter exactamente a mesma protecção na legislação, mais concretamente no Código do Trabalho. Sendo já conhecida a intenção deste Governo em reduzir e, posteriormente (2013) acabar de vez com as indemnizações aos trabalhadores pelo despedimento, é obrigatório concluir-se que o Executivo pretende ir ainda mais longe do que a doutrina liberal acima exposta, senão vejamos.

Existem vários tipos de cessação do contrato de trabalho, ao contrário do que parece quando lemos jornais ou ouvimos as notícias. Todos os media falam apenas em despedimento, não destinguido, por exemplo, despedimento por culpa do trabalhador (com justa causa) ou despedimento por motivos económicos (problemas de solvência). Se no segundo caso compreende-se e aceita-se que o montante das indemnizações seja reduzido (na medida em que tal seja necessário para permitir a recuperação da empresa e a manutenção dos restantes postos de trabalho), já na segunda trata-se de um claro abuso perante os mais fracos. Tomemos o seguinte exemplo: A, que trabalha há 8 anos na empresa X, vê-lhe ser instaurado um processo disciplinar para despedimento, por supostamente ter furtado 10 euros da caixa. Contesta a "acusação" (nota de culpa), mas o Empregador acaba por concluir pela sua culpabilidade e despede-o. Vai para Tribunal e o Juíz anula o despedimento, considerando-o ilegal, decidindo pela indemnização nos termos do Código do Trabalho. Ora, nestes casos (despedimento ilegais) os trabalhadores verão as suas conpensações reduzidas ou mesmo aniquilidadas. Esta indemnização, para além de compensar alguém que perdeu o sustento, visa também punir os actos ilegais da outra parte do contrato (Empregador). Ou seja, o Governo, certamente a pedido dos empresários (empregadores) vai avançar para a total umpunidade destas más práticas, deixando os prevaricadores, que acabam com sustento de famílias, impunes, sem qualquer tipo de sanção.

Para um governo que se diz "social-democrata" e querer proteger os mais fracos, não está nada nada mal...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Tirar aos pobres para dar aos ricos (4)

Mais um exemplo. E também para se saber para onde vai o nosso dinheiro. Ou melhor, para que bolsos...

2011-12

O Benfica, apesar da enorme qualidade de Roberto, precisava de um guarda-redes seguro, algo que o espanhol não era. Artur Moraes transmite segurança, desde logo à defesa. Com a saída de David Luiz, precisou de um defesa central que soubesse organizar jogo. Garay sabe. E defende bem. Com a ida de Coentrão para Madrid, necessitava de um defesa esquerdo consistente e Emerson já mostrou ser uma boa solução (e Capdevila ainda não jogou). Precisava, ainda, de médios que fossem verdadeiras alternativas. Nolito e Witsel são fortes candidatos a titulares. Enzo Pérez e Bruno César ainda precisam de mostrar serviço. Urreta, caso se mantenha (como espero), é um polivalente que poderá ser bastante útil. No ataque, precisava de manter a estabilidade. Saviola parece voltar ao nível da primeira época e Cardozo mostra ter recuperado o instinto matador que o carazterizou nos anos anteriores.

Também foram cometidos alguns erros, como a saída de Moreira (seria sempre preferível ser o suplente de Artur, em vez de Eduardo), ou a demora em assegurar um substituto de Coentrão com atributos para ser titular. Mas parece-me que esta época começará bem melhor que a transacta, o que proporcionará ao Benfica voltar a construir uma aura vencedora desde cedo. O encontro de ontem já mostrou alguns aspectos novos, como a vontade de vencer e o espírito de luta e de entrega, em cada lance. Ainda falta ritmo (o contrário seria de estranhar, nesta fase embrionária da época) e velocidade, bem como algum entrusamento entre as novas contratações. Mas o caminho já começou a ser construído e augura um futuro bom. Se as arbitragens o permitirem (o que não sucedeu há um ano), então voltaremos a ter um Benfica a conquistar títulos. Ontem ficou uma grande penalidade (e consequente expulsão) por assinalar e o pronúncio não é bom em Portugal, mas estarei sempre esperançado que o bem vença o mal. Porque a esperança é a última a morrer.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A fome era tanta...

... que até se esqueceram das regras e dos estatutos da Caixa Geral de Depósitos. Se a fome se compreende, com tantos boys afastados dos tachos há tanto tempo (e muitos deles acham-se seus donos por se considerarem seres superiores), a violação de normativos legais leva a questionar se isto não poderá acontecer noutras ocasiões, bem mais graves do que esta (e se esta é grave!...)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Notícias de Palermo

Primeiro criou-se uma nova regra, para inglês ver e sem atingir o coração do problema e, depois, adia-se a entrada em vigor dessa regra. Tudo na mesma na nossa Palermo.

Tirar aos pobres para dar aos ricos (3)

Já são conhecidos os novos preços dos transportes públicos, que entrarão em vigor dia 1 de Agosto. Convém explicar, para quem não saiba, para onde vai o dinheiro:




Veja-se, ainda, o que se passa na TAP ou nos CTT (neste caso, existe um processo crime) e em muitas outras empresas públicas e percebe-se porque estamos como estamos. E percebe-se porque todos querem ir ao pote, arranjar um tacho, agitando, para o efeito, o cartão de militante do partido em exercício de funções.

Crime

O que se passou com o News of the World é mais do que um caso de jornalismo deplorável. É um caso de foro criminal e como tal terá de ser tratado. Sem receios.

Terroristas e terroristas

Afinal existem Terroristas e terroristas. Dependa da sua filiação político-partidária, pois claro.

Democracias e democracias

O que se passa na Madeira é recorrente e ninguém faz nada para lhe colocar um ponto final. Um país de cobardes. E de hipócritas, como aqueles que andavam a gritar "claustrofobia democrática" e agora ficam calados, como ratos.

Coerência

Leio o Pedro Correia desde que entrei na blogosfera. Desde o primeiro momento que ganhei respeito e apreço pela sua escrita. Nem sempre concordei com o que escrevia, mas sempre admirei a forma como o fazia. E sempre tive enorme prazer em trocar ideias e argumentos.

Na semana passada calhou ter comprado a Visão. Fiquei a saber que o Pedro tinha ido para o governo, como assessor. E recordei-me, de imediato, deste texto que escreveu a propósito das últimas eleições legislativas. Não conheço o Pedro senão dos blogues onde escreve, mas retirei impressões positivas quanto aos seus valores, nomeadamente quanto à coerência que sempre demonstrou. Pois esta decisão vai contra esses valores.

Nesse texto, o Pedro perguntava (e perguntava-se a si próprio), entre outras questões, se é indiferente ser governado por alguém que falta reiteradamente à verdade. A resposta é, obviamente, negativa. Ora, se não podíamos confiar em Sócrates, desde logo pela quebra das promessas feitas, não podemos, da mesma forma, confiar em Passos Coelho. Se piorámos com Sócrates, também estamos a piorar com Passos Coelho. Se Portugal perdeu competitividade, prestígio e liberdade com Sócrates, também o está a perder com PPC. Ou seja, tal como tenho aqui escrito, o actual governo veio na senda do anterior, não passando de uma cópia mais liberal do anterior. Se o Pedro considerava que estes factores deveriam servir para não votar em Sócrates, então também não servirão para votar em Passos Coelho. Se não serviam para confiar e acreditar em Sócrates, também não servem para confiar e acreditar em PPC. Todavia, o Pedro aceitou integrar o Executivo liderado por alguém que também falta à verdade, também comete erros que pioram a qualidade de vida dos portugueses (a maioria - os do costume - mas não os "amigos"), também desprestigia o país e coloca em causa a nossa imagem. Respeito a decisão do Pedro e até aceito que possa ter argumentos a seu favor (certamente que os terá), mas não consigo compreender como é que o possa ter feito sem compremeter a imagem de coerência (e até de uma certa isenção) que tenho tido dele.

O Pedro entenderá que tomou a decisão certa, mas as perguntas que colocou há menos de dois meses terão, agora e num novo contexto (político), diferentes respostas. O Pedro, que tanto criticou (e com inteira razão, como lhe transmiti nas diversas ocasiões) os double standards dos outros, acaba ele por cair numa enorme contradição. Pode ser que venha a elucidar-me e a convencer-me do contrário, já que nem no Delito nem no Albergue escreveu sobre o assunto. Mas duvido seriamente que me convença de que a sua decisão é coerente com o que tem escrito nesta matéria.

Tirar aos pobres para dar aos ricos (2)

Mais um exemplo de como este governo tira aos pobres para dar aos ricos (via CC). Um prémio para quem acreditou e acredita em Passos Coelho.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dúvida

Se o Ministério Público está aberto à ideia de arquivar inquéritos em troca do pagamento dos valores em dívida (e objecto do crime), então quer dizer que, nos meus processos, também está disponível para desistir das acusações se os meus clientes pagarem o que alegam terem "roubado", certo?

Tão diferentes e tão iguais

Sócrates mentia. Passos Coelho também mente. Sócrates roubava (aumento de impostos, etc), Passos Coelho também rouba. Sócrates também prometia uma coisa e fazia o seu inverso, Passos Coelho também faz o inverso do que prometeu. O governo anterior já andava à nora, o actual à nora anda.

Podem ser diferentes no estilo, mas não podiam ser mais iguais no conteúdo. Tivesse Sócrates feito o que Passos Coelho tem feito e já todos tinha exigido a sua demissão. Mas ainda não pediram, porque temos que dar o benefício da dúvida e tempo. Daqui a alguns meses conversamos.

domingo, 24 de julho de 2011

Colossal

Regressado de alguns dias de descanso, volto mais triste e revoltado. Sinto-me roubado e insultado pelo novo governo (com letra minúscula, em consonância com as minúsculas capacidade e seriedade), seja pelas sucessivas mentiras, seja pelas constantes demontrações de falta de conhecimentos, experiência e ideias para governar e dar a volta à nossa triste situação. Em vez de apresentar ideias, projectos e medidas, estretem-se aquela gente a anunciar o fim das gravatas, a espiar e elaborar dossiers semi-secretos (semi porque acabam por os divulgar aos media) sobre cidadãos, a trocar sms's com alegadas jornalistas e a contratar boys e a distribuir tachos (e a caçar os boys da cor anterior). E com o apoio dos hipócritas do costume, que hoje dizem uma coisa e amanhã o seu contrário, só porque mudou a cor política. Aquilo pode ser muita coisa, mas um governo não é certamente!

sábado, 16 de julho de 2011

Descanso merecido

... e de volta ao Carvoeiro.

Tirar aos pobres para dar aos ricos

Este Governo já deu vários exemplos de que tira aos pobres para dar aos ricos. Foi o corte no subsídio de Natal - que prejudica mais os pobres do que os ricos (conforme aqui explicado) - e foi o corte na Taxa Social Única (poupa aos patrões) conpensado com o aumento do IVA (que custa dinheiro quer a ricos quer a pobres). Agora sabe-se que o negócio das golden shares, que poderia ter rendido centenas de milhões de euros aos cofres do Estado (e poupado dinheiro a quem vê o subsídio de Natal reduzido) e foi oferecido, de bandeja e sem qualquer contrapartida, aos accionistas da PT.


Apenas há um mês em funções e já tanta asneirada...

As moscas mudam

Mas a porcaria é a mesma...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Crime, disse ela

Li aqui que alguns agentes da PSP das Mercês "meteram baixa" por causa da sentença que condenou dois colegas pela prática de crimes. E, conforme admitiu um sindicalista desta força policial, todos foram de baixa no mesmo dia. Que tremenda coincidência!...

Mas o mais irónico é que meteram baixa porque ficaram revoltados por dois indivíduos terem agredido brutalmente alguns jovens. Os dois indivíduos, por mero acaso, eram agentes da PSP, colegas dos revoltados, força policial que existe para evitar precisamente este tipo de crimes. Vejam lá que é a própria PSP que entende que, nestes crimes, os autores não devem ir presos! Que rico exemplo! E, se assim é, como parece ser, com que legitimidade irão prender, daqui em diante, os criminosos deste país, nomeadamente os agressores?


Ainda quanto às baixas médicas, se são os próprios a admitirem que não trabalham "por solidariedade" para com os agressores, não estaremos perante um outro crime, o de atestado falso, previsto e punido pelo art.º 260º do Código Penal? Já nem falo na Ordem dos Médicos, pois existe apenas para proteger as costas dos médicos, mesmo quando estes sejam incompetentes ou criminosos, mas não compete ao Ministério Público abrir inquérito criminal contra o(s) médico(s) e os agentes, já que o crime em causa é público e não necessita de queixa? Porque será que, nestes casos, nunca é aberto inquérito criminal, deixando muita gente impune?

Com gente assim como podemos esperar que o País saia da cepa torta?

Echelon

Já o Sr. Silva, quando perguntou se andavam a cuscar o e-mail dele, mostrava não saber que existe o Echelon. Agora é o novo PM que, pelos vistos, também desconhece que todos os e-mails do Mundo são lidos nos EUA, pela NSA.

A notícia de um dos jornais oficiosos do PSD é, no mínimo, ridícula, atendendo aos meios electrónicos existentes em 2011 no Mundo.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vergonha nacional

Em exibição, num tribunal perto de si.

Notícias de Palermo

Na Turquia, os maiores clubes de futebol estão a ser investigados por manipulação de resultados. O presidente do campeão da época passada está a ser investigado, enquanto o treinador e o vice-presidente do detentor da Taça (onde jogam vários portugueses) já foram formalmente acusados pela Justiça, tendo o clube devolvido o troféu ganho há poucos meses. Em Portugal, nada disto sucede, como a ausência de processos criminais o demonstra. Na nossa Palermo está tudo bem.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mais uma prova...

... da incompetência de Passos Coelho & Ca. Está tudo aqui explicado.

Lixo

Há muito que escrevo - e dou exemplos - que a nossa comunicação social é medíocre. O Pedro Correia, uma das poucas vozes do meio que se fazem ouvir sobre esta matéria, escreveu este excelente texto, o qual subscrevo. E não falta muito para, em Portugal, chegarmos ao nível dos tablóides britânicos. O 24 Horas desapareceu, é certo, mas o Correio da Manhã, à cabeça, luta diariamente para atingir o nível máximo de sensacionalismo e populismo. A manipulação, a mentira e a falta de rigor e isenção já se alastraram a praticamente todos os órgãos de CS e quem lê jornais, em vez de se informar, é enganado. Houvesse mais vozes lúcidas, como a do Pedro Correia, e o nosso jornalismo estaria longe da vergonha que é hoje.

Pobreza de espírito

Era para escrever umas coisitas sobre o Sr. Silva, mas ficou provado, de uma vez por todas, que deixámos de ter Presidente da República. Temos, isso sim, um indivíduo sonso e cínico que diz ser Presidente de todos os portugueses mas que não é mais do que em egocentrista ao serviço de interesses e que viola diariamente a Constituição, que jurou defender, e fez precisamente o contrário do que o Presidente da República deveria fazer. O estado do País vê-se também neste aspecto.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ataque especulativo

Desde que começou o ataque especulativo (sim, agora que as luminárias que pairam na comunicação social viram a luz, já podemos dizer que é um ataque especulativo) a Portugal, que grande parte da opinião, cega pelo ódio a Sócrates e toldada pelo espítiro passista liberal, defendeu as agências de rating e aproveitava as avaliações destas para malhar no governo então em funções. Desde o que dizem ser o Presidente de todos os portugueses até a opositores do Executivo, agora integrados no novo Governo, garantiam que o problema era Sócrates e a falta de credibilidade do seu governo. Ora está aí a prova que, apesar dos graves erros daqueles, o problema de fundo não era interno, mas externo, mais concretamente europeu, com a ausência de uma verdadeira política comum. Esta gente, que durante meses e meses, nas televisões, jornais, rádios e blogues, andaram a negar o óbvio, acordaram agora para a vida, viram a luz e perceberam, finalmente (sempre mais vale tarde que nunca) o que está realmente em causa. O problema é que há vários séculos que os governantes e a opinião que é valorizada e levada em conta anda á nora e não tem capacidade de decidir bem. Por isso estamos como estamos. Se os outros nos fazem mal, já nós somos os primeiros a enterrar-nos a nós próprios. A nossa História está recheadíssima de exemplos destes, basta pegar nos livros...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Abutres

É por estas e por outras que são conhecidos por 'abutres'.

Lixo

Como o Valupi bem refere, o problema de fundo do nosso país é termos uma classe política e governante de lixo. E enquanto apostarmos nesta gente para nos gerir o dinheiro, estamos bem tramados, como a História insiste em nos mostrar...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A vidente

Manuela Ferreira Leite, antiga Ministra das Finanças (e autora do brilhante negócio das Finanças com o Citigroup), afirmou no debate sobre o PECIV do governo anterior e em nome do PSD, que as medidas até eram boas mas teriam de ser aplicadas por outros, por falta de credibilidade do Executivo então em funções. E ainda há quem diga que ela tinha toda a razão e percebe destes assuntos...

O Juíz que não sabe ser imparcial

Aqui e aqui.

Desinformação

É incrível como grande parte da Comunicação Social tem tratado a crise. Primeiro, enquanto Sócrates era PM, a crise era apenas portuguesa e, claro está, por culpa exclusiva deste. Depois de corrido pelos eleitores, no dia 5 de Junho, a crise, afinal de contas, já não é apenas portuguesa e afecta o Mundo inteiro. E existe desde de 2008, não surgiu no passado dia 5 de Junho...

Depois temos os cortes das agências de rating. No tempo de Sócrates, eram a prova da incompetência deste, agora que é Passos Coelho PM e Gaspar o Ministro das Finanças, já são prova de que agem de acordo com interesses escondidos e os cortes são, no fundo, injustos e, quem sabe, criminosos. Será que esta gente não tem vergonha na cara? Toma-nos por estúpidos? Ou toma cenas maradas, tipo alucinogéneos?

terça-feira, 5 de julho de 2011

A imagem do País

Este caso é perfeitamente banal em Portugal. Somos um País de cunhas, favores, ajudinhas, pedidos a amigos, pressões e tangas para chegarmos onde queremos, contornando as regras legais, éticas e deontológicas. Um País de intrigas, cusquices, invejas e vinganças. Querem um País melhor? Então comecem por fazer melhor, para poderem exigir melhor aos outros.

domingo, 3 de julho de 2011

Mentiu

Passos Coelho disse que chumbava o PEC IV do anterior Governo porque não se podia pedir mais sacrifícios aos portugueses. Afinal podia-se. Mentiu.

Outra razão para o chumbo do PEC IV era que o partido tinha sido apanhado de surpresa com as medidas lá constantes. Afinal conhecia-as e em detalhe, depois de uma reuinão de quatro horas com Teixeira dos Santos. Mentiu.

Durante a campanha, defendeu sempre a redução da Taxa Social Única, garantindo que era uma medida acertada e que o seu governo iria levá-la adiante. Logo que tomou posse, informou que iria criar uma comissão de análise e avaliação da medida proposta. Ou seja, afinal não tinha tanta certeza sobre a bondade da medida. Mentiu.

A 1 de Abril, dia das mentiras e em plena campanha eleitoral, garantiu que era uma parvoíce cortar nos subsídios (férias e Natal). Logo que tomou posse, aplicou um corte no subsídio de Natal, mesmo para quem não o aufira (como é o meu caso, enquanto trabalhador independente). Mentiu.

Este corte no subsídio, que não é mais do que um imposto extraordinário (enquanto os empresários pagam menos impostos, com a redução da TSU, os trabalhadores pagam mais), foi justificado com a evolução da situação económica. Ora, esta medida até já estava prevista no programa de governo do PSD e já tinha sido discutida (como revela o Expresso) na semana passada, ainda antes de serem publicamente conhecidos os números de execução orçamental, suposto motivo para o imposto. Mentiu.

Passos Coelho justificou ainda este imposto com os números de execução orçamental do primeiro trimestre deste ano. Mas sucede que esses números já eram conhecidos quando a troika cá veio e analisou as nossas contas. O PSD e o CDS ficaram, então, a conhecê-los. E assinaram o memorando. Mentiu.

Passos Coelho prometeu cortar nas despesas. Iria reduzir o número de Ministros, para o efeito. Dos dezasseis do anterior governo, passámos a ter onze. Secretários de estado, que eram vinte e cinco, passaram a ser trinta e cinco. Ou seja, mais despesa. Mentiu.

Uma das primeiras medidas de Passos Coelho foi passarem os elementos do governo a viajar em classe económica. Afinal, já não pagavam os bilhetes, foi uma medida para eleitor ver. Mentiu.

Passos Coelho disse que não iria contratar boys para o governo. Miguel Relvas e Marco António Costa, dois dos elementos fortes do aparelho social-democrata, foram dos primeiros a ser contratados, seguindo-se assessores contratatos a blogues apoiantes, premiando as batalhas blogosféricas travadas nos últimos anos. Mentiu.


Os governos costumam começar bem e terminar mal. A exceção, nos últimos anos, foi Santana Lopes, que começou logo enquanto desastre político. Passos Coelho começa mal e ameaça piorar ainda mais as coisas, como se tal fosse possível. Se Sócrates era mentiroso, Passos Coelho já deu mostras, mais do que suficientes, de que é igual. Mais do mesmo, portanto.

sábado, 2 de julho de 2011

Quando as aparências iludem

O caso de Strauss-Kahn, que conheceu uma reviravolta (já prevista por muitos) esta semana, mostra como é volátil o testemunho de pessoas, bem como, por vezes, as aparências iludem, ou podem iludir. Não se compreende, assim, como é que há juízes que, sabendo disto e com experiência de verem as suas decisões serem revogadas pelos tribunais superiores, tomam partido, sem ouvir a parte contrária, mesmo quando esta apresenta indícios a seu favor. Se querem ser justiceiros então podem sempre concorrer às polícias ou mudar para o Ministério Público, funções bem mais assentes aos seus desejos.

O upgrade de Sócrates

Em poucos dias já se percebeu que Passos Coelho é a versão 2011-15* de Sócrates. Ora são as mentiras... perdão... promessas violadas, ora a vulnerabilidade perante os mais fortes. Ora, de gente que é forte com os fracos mas é fraca com os fortes já estou farto. Mais, como trabalhador por conta própria que não tem subsídios (Férias e Natal) vou pagar um imposto extraordinário como se recebesse subsídio de Natal. O que é que esta gente chamou a Sócrates quando nos foi ao bolso?...



*Escrevi 2015 pois é esta a data de conclusão da presente legislatura. Porém, ao ritmo que este governo comete asneiras (bem superior ao ritmo de asnerias dos governos anteriores no início de exercício de funções), 2015 parece longíquo.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

"E o burro sou eu?"

Eu sei que apenas tive Introdução à Economia (no Secundário), mas há coisas que não compreendo: como é que, vendendo as principais fontes de receita (CTT, EDP, etc), o Estado espera manter o défice em baixo e a economia a crescer, com menos dinheiro a entrar nos cofres todos os anos?

Sei que, ao vender as empresas mais valiosas, arrecadará uma significativa quantia. Mas o que fará com esse dinheiro? Liquidar as dívidas? E depois como é? Como passamos a receber, por exemplo, 100 em vez de 200, como é que podemos viver com receitas de 100, quando as despesas são na ordem dos 200 ou mais? O objectivo não era cortar na despesa? Ora, se estão a cortar na receita...

Imaginemos que eu tenho dez imóveis, cinco estão arrendados e os outros cinco vazios. Aufiro em rendas o valor mensal total de 1000 euros. E gasto, em impostos e outras despesas com os dez imóveis, 500 euros. Se preciso de dinheiro, o que faço? Vendo os cinco arrendados, deixando de ter os 1000 euros em receitas e baixando a despesa para 250 euros, ou, pelo contrário, vendo os vazios, baixando as despesas para 250 e mantendo os 1000 euros de receitas, para além do valor da venda?

Parafraseando Scolari, o burro sou eu?