sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Estado burlão

O que escrevo a seguir não constitui surpresa nem novidade para ninguém, mas não me canso de o repetir: 0 Estado português é burlão. E exemplos não faltam. Ainda esta semana temos alguns.
Quando é para cobrar dinheiro, o Estado nunca se atrasa e cobra juros nem que seja por apenas um dia de atraso. E até vende imóveis com pessoas mortas lá dentro. Mas quando é para pagar, leva eternidades e não paga um cêntimo de juros. As oficiosas são um exemplo de aqui já falei. Desde Outubro que não recebo nem um cêntimo do Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça, apesar das mentiras... perdão... das promessas não cumpridas do Ministro e dos responsáveis do Instituto. Dizem sempre que irão pagar na próxima semana e, meses depois, dinheiro nem vê-lo. Não estranha que advogados, em início de carreira e dependentes das oficiosas, tenhma desistido da advocacia, pois nem pagam honorários nem pagam despesas. Hoje temos mais um exemplo da má-fé do Estado, como aqui se pode verificar. Aliás, conheço pessoalmente um caso assim: uma grávida que se encontra de baixa médica por gravidez de risco que lhe viu ser classificada pela Segurança Social como baixa por doença. Ora, enquanto a baixa por gravidez de risco dá direito a um subsídio correspondente a 100% so vencimento, a baixa por doença dá direito a apenas 65%. A situação foi exposta e, volvidas semanas, não responderam ainda. Não admira, pois sabem que não têm razão. Mais, não pagam nada (nem sequer os 65%) há cinco semanas. O Governo diz que não há atrasos e invoca para o efeito (sim, foi mesmo isto que alegou!!!) que não existem prazos. Pudera, assim é fácil dizer que não há atraso!

Esta gente que diz isto sem qualquer pingo de vergonha ou escrúpulos e fá-lo com consciência. E isto constitui burla. Céleres a cobrar o dinheiro que têm a receber dos cidadãos, mas lentos a pagar o que devem a estes. Um Estado assim só pode dar numa coisa: falência. Falência económica e falência moral, pois as pessoas mais capazes fogem, como têm feito, para o estrangeiro. Este país, à conta de um Estado burlão, não é, decidamente, para gente séria e competente.

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