quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Notas rápidas

1. O jornalismo tuga continua nas ruas da amargura. Este e este exemplos mostram como alguns jornalistas não têm noção da verdadeira função do jornalismo e dos deveres éticos que os obrigam a informar com rigor, isenção e imparcialidade. E quando agem sem respeito por estes deveres, acabam inevitavelmente por manipular a informação que é transmitida ao leitor ou ao telespectador, influenciando-o a favor das suas preferências (ou do patrão) e ódios.
Antigamente, os media informavam e os cidadãos tiravam as suas próprias consluões. Actualmente, são os media que transmitem conclusões (e não factos), o que vicia a informação veiculada. E é este problema que está a dar cabo do jornalismo nacional, que tarda em perceber onde reside o problema.

2. Diz o ditado que "faz o que eu te digo e não o que eu faço". E como o Pedro muito bem explica no DO, o problema do Partido Comunista Português é que faz precisamente o contrário do que apregoa. Diz que defende os direitos dos cidadãos, mas quando governa oprime esses mesmos direitos, desde logo o direito à liberdade de expressão. Diz que defende a liberdade de voto, mas quando governa não há eleições. Diz que é a favor dos trabalhadores, mas quando governa explora esses mesmos trabalhadores. O caso do recente Prémio Nobel da Paz é paradigmático da verdadeira natureza do comunismo. Basta olhar para a China, para a Coreia do Norte, para o Zimbabwe ou para Cuba (e para a antiga URSS) e podemos ver a verdadeira natureza desta ideologia.

3. A discussão em torno do Orçamento de Estado para 2011 é, mais do que uma novela à portuguesa (ainda pior que uma venezuelana, dobrada em brasileiro), um jogo de poker, onde o bluff do PSD já não engana ninguém. Passos Coelho, que já se viu que, infelizmente e para minha desilusão, não passa de um pau mandado de alguns interesses (como aqui o demonstrei), pode andar confuso, mas esses mesmos interesses estão a fazer-lhe ver o perigo do bluff. PPC não tem alternativa senão mostrar a mão, mas insiste na táctica do ameaça. Esperemos é que não desista dela tarde de mais...

4. Esta medida peca por tardia. Mas não será suficiente para acabar com os defeitos da legislação. Não é só o português utilizado, mas também a péssima técnica legislativa que conduz a má leis. Dos diplomas do governo então nem se fala. Até leva a questionar se quem, no governo, redige os diplomas tirou o curso de Direito...

5. A questão da eventual inconstitucionalidade dos cortes salariais está longe de ser unânime e linear. Tenho dúvidas se, no actual panorama económico-financeiro do País, o corte será inconstitucional... Pela sua complexidade, voltarei ao assunto.

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