sexta-feira, 2 de julho de 2010

Má Justiça

São 10:30, a hora agendada para a primeira sessão de julgamento do processo. Os convocados estão presentes e, à hora agendade, o funcionário faz a chamada. De imediato informa-me que, dois minutos antes, tinha recebido do Juiz o Despacho que ordenava o envio do processo para outra Comarca, pois Lisboa não é competente.
Perguntei porque só agora o Juiz se lembrou de ir ver se o Tribunal competente era Lisboa ou o outro. O coitado do funcionário diz que não sabe e pediu-me para esperar, pois ainda não itnha tido tempo, sequer, para tirar uma cópia do Despacho para me entregar. Esperei 15 minutos, pois, entretanto, o Juiz tinha entrado na sala de audiência, dando início ao restantes julgamentos agendados para aquela manhã. Lá esperei, até o funcionário trazer-me a cópia. As testemunhas, que tiveram que faltar ao emprego, reclamaram. Eu também, apesar de ter dito ao coitado do funcionário, que não tem qualquer culpa no cartório, que não era dele que protestava.
O processo tinha sido distribuído naquele Juízo há vários meses, tendo havido, inclusive, requerimentos e despachos. A data do julgamento estava marcada há meses e, só instantes antes do início, já com as pessoas presentes, é que se lembrou que não era competente para julgar, mas sim o seu colega da outra Comarca...
Claro que podia ter chamado as pessoas à sala, antes de dar início ao outros julgamentos, e pedir desculpa e informar pessoalmente da decisão. Mas nem isso. Passa a batata quente de ter que informar as pessoas para um funcionário que não tem a culpa mas que acaba por levar com as queixas em cima dele.
Isto foi de manhã. À tarde, tinha outro julgamento agendado para as 15:30. O julgamento anterior prolongou-se mais do que esperado e o meu apenas às 16:50 é que se inicou. Claro que o Colectivo não pediu desculpas e apenas o funcionário, sem culpa nenhuma, é que se mostrou solidários com os vários advogados presentes e com as testemunhas.
Esta falta de respeito pelos outros é um entre muitos sinais de que a Justiça bateu no fundo. Bem pode o Sr. Procurador-Geral da República dizer que nos outros países é ainda pior, mas, como diz o Povo, com o mal dos outros podemos bem nós. Esta mentalidade tacanha e conformista é que nos leva a lado nenhum, como os reusltados o provam. Estamos no fundo do poço, mas 'tá-se bem porque os outros fazem-nos companhia. 'Tá-se...

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