segunda-feira, 6 de abril de 2009

Ele há pressões e pressões

Depois do PSD, foi agora Marcelo Rebelo de Sousa a defender a "intervenção" de Cavaco Silva no Ministério Público em relação às alegadas pressões.
Mas eu pergunto: não poderá ser essa "intervenção" entendida, também, como uma possível pressão do Presidente da República? Que tipo de "intervenção" deve ter o PR? Era bom esclarecerem.
Entretanto, parece que as alegadas pressões não passaram de uma frase que dava conta do interesse do Primeiro-Ministro em que o processo fosse esclarecido de forma célere. Mas isso já todos sabíamos, pois Sócrates há vários meses que pede celeridade e um esclarecimento cabal o mais rápido possível. Se isto é uma pressão, eu vou ali e já venho...

Como escreve O Jumento (sem link directo), "ainda não percebi que pressões terão sido feitas aos investigadores para que estes tivessem receio de vir a fazer xixi pelas pernas abaixo, não me parece que dizer que o facto de Sócrates (como todos os políticos deste país) querer celeridade significa haver qualquer pressão sobre os investigadores. Além disso, sendo o Ministério Público uma instituição em auto-gestão que não depende do Governo e que quando quer mais dinheiro faz umas queixas em público, só faz sentido falar em pressões se os investigadores sonham com uma carreira política dependente de uma nomeação do Governo. (...)"

Diariamente, os magistrados do MP colocados em tribunais criminais, lidam com arguidos perigosos, muitos deles sem medo de ameaçar tudo e todos em plena sala de audiência. Não conheço nenhum magistrado que tivesse mostrado medo ou mesmo receio de ameaças, muitas delas temerárias. Por vezes, até são mais os próprios advogados de defesa que receiam os próprios clientes do que os magistrados do MP. Por isso, é de estranhar que uma simples frase (que é banal e usual) leve a estas reacções. Não vou acompanhar O Jumento no resto que escreve, pois não vou especular sobre um possível interesse do MP em prejudicar a imagem de Sócrates, mas que é estranho o Dr. Palma ter "entrado a matar" logo depois de ter sido eleito, lá isso é. Muito estranho.

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