segunda-feira, 13 de outubro de 2008

E agora? Quem se irá responsabilizar? (2)

Também a Procuradora Helena Fazenda, em comunicado, veio alegar ter sido um furto "furtuito" e "sem relação" com a sua actividade profissional.

Então, se assim foi, se o furto nada tem a ver com o processo "Noite Branca", porque foi roubado apenas um dos três computadores existentes na residência (dois deles portáteis) e precisamente o de trabalho? É muita coincidência...
Este pormenor é revelado no Correio da Manhã, que indica fonte policial. Aliás, o título da notícia é precisamente "PJ suspeita de furto cirúrgico".

É natural que a procuradora tente desdramatizar a situação e eximir-se de eventuais responsabilidades, mas tentar passar-se por uma vítima normal de roubo, alegando que "este acto contra a propriedade não é mais que um dos que infelizmente atingem diariamente muitos cidadãos no nosso país" já é atirar areia para os olhos.
Um ladrão, por muito burro que seja, se vê dois portáteis (fáceis de levar, portanto), leva os dois e não apenas um, que, por coincidência, é o de trabalho.

Permanece a questão: se a informação no computador furtado não está coberta pelo segredo de justiça nem compromete as investigações, como defende a fonte da PGR, então que informação tinha? Que tipo de dados tinha? É que, supostamente, todo o processo está sob segredo de justiça...
Esta história está muito mal contada e parece que a Procuradora titular do processo e a PGR estão mais interessados em tirar a água do capote do que em descobrir o que se passou. Lamentável.
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Adenda: nem a fonte da PGR nem a Procuradora responderam à dúvida se os dados estavam encriptados ou se o acesso dependia de password.

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